sábado, 25 de junho de 2011

GRIPE, NO INVERNO.


O inverno traz mais uma temporada de gripes, resfriados e doenças respiratórias. Nesta época do ano, o movimento nos consultórios médicos chega a aumentar em até 50%. O brasileiro ainda não dá a devida importância à gripe e por conta disso não se trata corretamente e sofre com suas complicações. Nos meses mais frios do ano, a gripe é a maior causa de absenteísmo nas empresas.

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que, todo ano, 10 a 20% da população mundial são infectados pela doença (cerca de 1 bilhão de casos), o que gera entre 600 mil e 1 milhão de mortes. No Brasil, são cerca de 18 milhões de casos por ano, com média de 15 mil mortes. A gripe e suas pandemias fazem parte da história da humanidade desde o século 16. Nenhuma outra doença causou tantas mortes nesse espaço de tempo.
A gripe é uma infecção causada pelo vírus influenza. Transmitida por via respiratória, é altamente contagiosa, pois quando uma pessoa gripada espirra ou tosse, espalha no ar os vírus que podem ser inalados por qualquer pessoa que esteja por perto. Muita gente ainda confunde gripe com resfriado, mas os sintomas da gripe são súbitos e bem mais intensos – febre alta, dores no corpo, mal-estar geral, tosse, dor na garganta. E ainda há aquela sensação de ter sido “atingido por um caminhão”, que deixa a pessoa totalmente exausta, desanimada e com vontade de ficar o dia todo na cama. Além disso, as complicações de uma gripe também são muito mais graves: diarréia, vômitos, pneumonia, bronquite e até mesmo morte. Crianças, idosos e pacientes com doenças crônicas (diabetes, cardiopatias, asma, AIDS, etc.) são mais suscetíveis a essas complicações.
            E há um tratamento realmente eficaz? Sim. Se a gripe for tratada com antiviral nas primeiras 48 horas após o aparecimento dos primeiros sintomas, é possível impedir a disseminação do vírus no organismo e bloquear a doença. Mas é importante que esse prazo de 48 horas seja respeitado. Se o paciente esperar mais que isso, o tratamento não terá a eficácia desejada.
Ao contrário do que muita gente pensa, antibióticos não podem curar a gripe porque são medicamentos que atacam as bactérias e não os vírus, por isso eles não são úteis em infecções virais como a gripe. Da mesma forma, os antiinflamatórios só aliviam os sintomas, mas não curam a doença. Essas medicações podem ser úteis no caso de complicações da gripe, mas apenas o médico pode avaliar a real necessidade do uso de um ou de outro.
As vacinas são boas aliadas na prevenção, mas é preciso que sua composição seja atualizada anualmente, já que o vírus influenza tem alta capacidade de mutação.
Cláudia Gasparian 
Médica formada pela Escola Paulista de Medicina 

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